terça-feira, 27 de outubro de 2009

A FESTA DA LAJE

Durante o II Seminário de Atenção à Saúde promovido na semana passada pela ANS, eu me senti como se estivesse naquela festa que as pessoas fazem sobre a laje, quando concluem uma etapa importante – e suada – na construção de uma obra, embora a comparação não seja lá muito apropriada.

Construir uma cultura de atenção à saúde é uma tarefa tijolo a tijolo neste terreno tão carente de organização e isso a ANS tem feito com afinco. Desta vez, abordou os critérios para a implantação de diretrizes clínicas e também da qualificação assistencial, entre outros temas.

Enquanto a maioria das nossas operadoras de planos de saúde ainda está se movimentando para criar seus próprios programas de prevenção, algumas tentando se enquadrar nas normas para obter os benefícios da Resolução Normativa Conjunta 001, do início deste ano, a ANS já avança na obra arquitetando o processo de atenção à saúde.

O que ainda falta, é a presença de entidades representativas do setor de serviços, como o NEAD, SINESAD, ABRAHCARE, etc., hoje preocupadas apenas com o rentável negócio da internação domiciliar (Home Care).

O clima de festa foi por conta das cerca de 300 pessoas que compareceram ao evento, conscientes de que a Agência está no caminho certo da regulamentação e que estamos aos poucos tornando o nosso sistema de saúde suplementar um dos mais bem construídos de que se tem notícia.

Ainda bem que a laje é figurativa para agüentar o peso de tanta gente!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

www.fermon.com.br

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PLANOS DE SAÚDE SÃO CRITICADOS EM NOVELA DA GLOBO

As novelas da Globo sempre retrataram a realidade brasileira em suas diversas faces, crueis ou festivas.

Ontem, lá pelas 10 da noite, no que seria a novela das oito, assisti à personagem de supervisora proibir a médica de atender por mais de 20 minutos uma paciente de plano de saúde.

Este é o espelho da nossa realidade. As operadoras fazem de conta que pagam e os hospitais fazem de conta que atendem. O paciente faz de conta que foi atendido e a saúde no país sai perdendo. Aliás, todos saem perdendo nesse jogo de faz de conta.

Consulta – como no caso da novela – não tem que ser feita em hospital e sim, em clínicas ou postos de saúde, sejam eles públicos ou particulares.

As fontes pagadoras, autogestões ou planos privados, devem começar a credenciar clínicas médicas com o fim específico da regulação e do encaminhamento, dando a seus médicos tempo suficiente para um bom atendimento.  Não seria demais exigir a abertura de um prontuário eletrônico via web, com a história clínica do paciente incluindo os exames complementares que não precisariam mais ser repetidos, se ainda válidos.

Com isso, a grande maioria dos casos estaria resolvida ali mesmo, devolvendo o paciente para sua casa, diagnosticado e muitas vezes tratado, liberando os hospitais para casos mais complexos, que são sua verdadeira vocação.

Este é o nosso sistema, com cada vez mais personagens insatisfeitos, seja prestador, operadora ou usuário. Coitados!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

www.fermon.com.br

 

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

NEGÓCIO DE GENTE GRANDE

O experiente consultor e conferencista Pedro Fazio alerta, na Saúde Business, sobre novo mercado em formação. A imprensa informa sobre a ambição da CASSI de entrar no mercado privado de saúde, com o apoio financeiro da poderosa PREVI, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.

Este é o cenário do mercado de saúde suplementar no Brasil, cada vez mais se concentrando não mãos de grandes empresas ou de autogestões do setor público.

As pequenas operadoras, agora sem fôlego, não devem prosperar por muito tempo, salvo se tomarem algumas decisões corajosas e bastante inovadoras na gestão de suas carteiras, o que é muito difícil de acontecer.

Volto a me referir, então, sobre a necessidade de um intenso trabalho de atenção à saúde por parte das operadoras, não só de pessoas idosas, que custam mais, mas também de sua população saudável, que vai envelhecer mais do que antes.  Provavelmente também vai diminuir o número de jovens que financiam o sistema, dentro daquele velho princípio de que quem não precisa paga para quem precisa.

Portanto, os grandes Planos de Saúde que se cuidem, agora que estão avançando no mercado. Ao longo dos anos, vimos gigantescas corporações dos mais diversos ramos quebrarem exatamente por falta de planejamento de longo prazo, excesso de confiança diante do sucesso então obtido e, enfim, por absoluta falta de previsão.

Neste caso, a previsão está prevista, é prevenção.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

www.fermon.com.br

 

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

ESTÃO MATANDO A GALINHA DOS OVOS DE OURO

Não há hospital privado neste país cujos proprietários não estejam cheios da grana. Não há operadoras de planos de saúde em que também seus donos não estejam transbordando de prosperidade.

Por que será, então, que o nosso sistema de saúde suplementar gera tantos descontentamentos, com médicos insatisfeitos devido à baixa remuneração e os usuários em constante pé de guerra?

Culpar as decisões judiciais ou a ANS é sempre mais fácil, porque transfere a responsabilidade, mas não resolve o problema que se agrava cada vez mais, como vemos diariamente na imprensa.

Não adianta achar que as decisões da Justiça serão a favor do capital e não em defesa da vida. Aí não seria justiça!

E qual é a solução? Prevenção, prevenção e prevenção. Ou seja: Identificar os usuários pelos clássicos três níveis de prevenção primária (promoção da saúde), secundária (controle e exames regulares) e terciária (gerenciamento de doenças).

A efetividade na prestação desses serviços seria garantida por um prontuário eletrônico único com toda a história clínica do paciente, inclusive relativa a hábitos de vida e ao consumo de medicamentos, via web, esteja ele onde estiver.

De posse dessa “fotografia” da carteira, mãos à obra. Poderemos reduzir custos, aumentar salários, melhorar a qualidade de vida dos assistidos e logo, logo, todo o mundo estará satisfeito.

Se continuarem como estão, os planos de saúde e os hospitais, coitados, estarão matando a galinha dos ovos de ouro.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

 

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

CRESCENDO PARA OS LADOS - OS DESAPOSENTADOS

Não, não estamos falando de baixinhos gordos e glutões ou de pessoas que ao se aposentarem se entregam ao vício da gula e da ociosidade. Nosso tema é um fenômeno mundial com visível destaque na população brasileira: o aumento do número de idosos em plena forma.

Basta olhar os dados de transição demográfica no Brasil e veremos que, além de diminuir a taxa de fecundidade, isto é, o nascimento de novos rebentos, o número de idosos no Brasil está crescendo muito.

Portanto, na pirâmide gráfica do IBGE vemos que reduziu a base de jovens e aumentou a faixa da população mais velha, com uma forte tendência de crescimento para os lados, do número de pessoas com mais de 60 anos que se preparam para a aposentadoria.

Muitas dessas pessoas querem curtir o merecido ócio de pernas pro ar, em algum lugar bucólico do planeta. Outras querem, enfim, tirar os sonhos da gaveta e partir para o negócio próprio com que sempre sonharam; talvez andar de moto pela estrada afora ou, quem sabe, se dedicar a algum trabalho voluntário.

Por essa razão, a preparação da aposentadoria desse enorme contingente de pessoas com plena disposição para trabalhar ou para curtir a vida, vem sendo vista como um forte estímulo nas relações trabalhistas e os planos de saúde mais uma vez estão diante da possibilidade de inovação, adotando estratégia idêntica para conquistar seus clientes e em última análise, reduzir seus custos.

Sempre é tempo de começar!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

www.fermon.com.br