segunda-feira, 31 de agosto de 2009

DE OLHO NO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO

Está na hora de as entidades e agências reguladoras abrirem os olhos para um prontuário eletrônico padrão no Brasil, que atenda via web a hospitais, clínicas e operadoras de saúde pública e privada, regulamentando a questão.

Hoje, proliferam no mercado as ofertas de prontuários eletrônicos de pacientes (PEP) dos mais variados tipos e quase sempre no formato customizado, ou seja, conforme o gosto do freguês.

Sabemos que mais cedo ou mais tarde as informações terão que ser compartilhadas com outros sistemas, não só para que todos tenham a história clínica completa do paciente, mas também pela portabilidade no caso dos planos de saúde.

Ao nos preocuparmos com a padronização do que deve e não deve constar no PEP e como os respectivos sistemas “conversarão” entre si, levamos os olhos para o futuro quando os nossos filhos já receberão o prontuário médico ao nascer, cujo registro o acompanhará até o último dos seus dias, estejam onde estiverem.

A Sociedade Brasileira de Informática em Saúde fará um congresso neste ano tendo o registro eletrônico como o tema central, o que é uma grande iniciativa, mas precisamos de mais, muito mais. E logo.

O setor público, por exemplo, começa a enveredar por esse caminho da solução interna, no caso a Justiça Federal que, com o chamado registro público de preços, permite que outros órgãos adotem idêntico modelo, evitando uma nova licitação, independentemente do que acontece no mundo exterior.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

www.fermon.com.br

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O SELO DE QUALIDADE DA ACREDITAÇÃO

A acreditação de operadoras de saúde e de empresas de assistência domiciliar, estas fiscalizadas pela ANVISA e que são a tendência do setor, está na pauta da ANS diante da prioridade na atenção ao cuidado de pacientes crônicos e na prevenção de doenças. Prioridade que reduz custos e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

O número de estabelecimentos de saúde com certificações concedidas pela ONA – Organização Nacional de Acreditação é ainda pouco significativo. Com cerca de 130 mil estabelecimentos de saúde no Brasil, apenas cerca de duzentos obtiveram o selo de qualidade da acreditação até agora.

Faltam políticas públicas que estimulem a qualificação dos serviços e iniciativa do setor privado pela melhor qualificação da rede prestadora de serviço, através da ONA, entidade reconhecida pelo Ministério da Saúde e pela ANVISA (falta a ANS) para coordenar o Sistema Brasileiro de Acreditação, para definir a sistemática de avaliação, elaborar os padrões de qualidade e capacitar os profissionais para o exercício dessa atividade.

Embora haja controvérsias, criar uma remuneração diferenciada para os estabelecimentos acreditados nos três níveis – estrutura, processos e resultados – é uma das soluções para a melhoria do atendimento na rede de prestadores de serviços de saúde e para reduzir a burocracia, melhorando a confiança do setor.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e autor de estudo sobre acreditação hospitalar realizado em 2003 para o Ministério da Saúde

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

AS DIFICULDADES DA GEAP COMO EXEMPLO

O setor de saúde suplementar no Brasil movimenta mais de 40 bilhões de reais ao ano com seus 50 milhões de beneficiários, mas a sobrevivência das operadoras tem um futuro incerto, pois a demanda cresce e se nada for feito, os custos serão tão altos que a população não poderá continuar pagando por esse compromisso.

Tomemos como exemplo a Fundação GEAP, autogestão em saúde de boa parte dos servidores federais. Segundo ouvi de sua Diretora Executiva, Regina Parisi, mais da metade dos seus 700 mil beneficiários tem mais de 59 anos de idade e são, portanto, idosos.

Caso a GEAP não se dedique em tempo integral a cuidar dessa turma, ela – a operadora – não vai sobreviver. Não bastam programas bonitos. Tem que ter atitude diária, proativa, na atenção ao cuidado dos pacientes de alto custo, mas também junto àqueles que se consideram saudáveis e se descuidam da sua saúde por desinformação, negligência ou por falta de recursos. Estes precisam também de um programa de prevenção efetivo com monitoramento permanente.

Tudo isso, sem esquecer do bom relacionamento com a rede, que poderá se unir nessa luta desde que num ambiente mais colaborativo.

Assim como a GEAP, muitos outros planos, privados ou não, ainda não se dedicam a programas de promoção da saúde, prevenção de doenças e atenção ao cuidado de forma prioritária e abrangente, como tem que ser feito.

Esta é uma questão de sobrevivência do sistema e de qualidade de vida para todos.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

www.fermon.com.br

 

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O RESSARCIMENTO DAS OPERADORAS PELO DPVAT - FENASEG

A restituição ao SUS em casos de atendimento médico prestado pela rede pública aos beneficiários de planos de saúde é ainda muito controversa, pois sabemos que a saúde é um direito de todos e os recursos da saúde pública veem dos impostos que pagamos. Em nenhum momento podemos renunciar a este nosso direito.

Incompreensíveis mesmo, são os casos de atendimento médico de acidentes de trânsito, quando envolve beneficiários de planos de saúde: a FENASEG simplesmente nem pensa no ressarcimento às operadoras.

O pagamento do DPVAT não é opcional, é obrigatório tenha ou não plano de saúde. Mesmo assim, a seguradora não repassa para a nossa operadora de plano de saúde o valor da cobertura, que é de até R$ 2.700 reais, em despesas. Por que não?

Os recursos arrecadados com o seguro obrigatório em 2008 foram da ordem de 4,6 bilhões de reais. Sim, você não leu errado: 4,6 bilhões de reais, mesmo.

Já é tempo dos representantes de planos de saúde em todo o país buscarem o direito ao ressarcimento do seguro no caso de despesas médicas. É para isso que a gente paga o DPVAT. Os recursos das operadoras são para investir na nossa saúde e é isso que todos esperamos.

Está mais do que na hora de buscarmos esse direito das operadoras e dos usuários junto ao DPVAT - FENASEG. É ou não é seguro?

Alô, alô ABRAMGE! Alô, alô, UNIDAS! Alô, alô ANS! Aquele abraço!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar

http://www.fermon.com.br/

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

OPERADORAS, PRESTADORES E USUÁRIOS: BRIGA SEM FIM.

Não é de estranhar que metade das operadoras de planos de saúde, segundo avaliação da ANS, recebeu notas de ruim a péssima e menos de 20% estejam entre as boas ou ótimas.

É comum que nos meus encontros com executivos de operadoras, algumas renomadas, vê-los querendo renegociar para baixo a tabela de preços dos serviços pagos aos prestadores, porque estão preocupadas com seu alto índice de sinistralidade e com as naturais dificuldades financeiras que advirão para a viabilidade de suas carteiras.

Raro é o caso em que encontro uma operadora interessada em se reaproximar dos prestadores, em criar um ambiente de confiança recíproca e até em melhorar a tabela de pagamentos – por que não? – em troca do esforço conjunto pela saúde do paciente e a natural redução dos seus custos que inevitavelmente se seguirá.

Por que essas operadoras não partem para o óbvio, visível por todos, em que o melhor é investir na saúde com formas adequadas de pagamento e um estreito relacionamento com a rede?

Vemos a toda hora casos como a suspensão do atendimento a beneficiários da CASSI, que teve de recorrer à Justiça (À Justiça? Entre parceiros?) ou dos pediatras que se recusam a receber preços baixos para o bom atendimento às nossas crianças.

É possível a união e a conciliação de interesses no trinômio Operadora / Prestador / Usuário. È só tentar.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e blogueiro

http://www.fermon.com.br/

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A Pujança do Mercado de Saúde

De repente, as empresas prestadoras de serviços de saúde começaram a se instalar em Brasília. Grandes empresas do setor estão adquirindo carteiras locais para fincar o pé na Capital Federal e pequenas empresas de outros estados começam a ganhar contratos por aqui.

Empresas brasilienses com anos em auditoria, por exemplo, estão começando a prestar serviços em outras áreas demandadas pelas autogestões de Brasília.

Muitas das empresas de fora chegam com um modelo de negócios próprio, em geral não familiarizadas com as peculiaridades locais, e começam errando feio: prática erradas de preços, estratégias comerciais inadequadas e a falta de expertise fora de sua origem, são os erros mais comuns;

Porém, este é um mercado promissor. O Governo do Distrito Federal com quase 170 mil funcionários e dependentes, ainda não tem um bom plano de saúde. O Ministério do Planejamento baixou portaria estimulando a prevenção à saúde dos servidores públicos federais. Ainda muita coisa virá por aí.

Interessante é que, partindo de Brasília, é possível alcançar as Regiões Centro Oeste, Norte e Nordeste do país, onde também muito há para ser feito. Temos o pujante Goiás aqui ao lado; em Manaus temos a sua sempre crescente indústria; nos estados nordestinos é cada vez maior o crescimento da atividade produtiva e a conseqüente preocupação com a saúde dos funcionários.

Corram, porque o mercado está crescendo.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e blogueiro.

http://jfermon.blogspot.com/