terça-feira, 28 de julho de 2009

O ELDORADO DA SAÚDE

O presidente da ANS, Fausto Santos, informou que empresas internacionais se manifestaram interessadas no mercado de saúde brasileiro, em reunião na Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg) no dia 22 de julho de 2009.

Sua intenção seria alertar as empresas brasileiras do setor, de que o atual modelo de saúde suplementar é um negócio atraente do ponto de vista empresarial e que as operadoras precisam se ajustar para viabilizar o seu negócio, principalmente com o aumento dos custos cada vez mais acentuado.

Com mais de 50 milhões de brasileiros como beneficiários dos planos de saúde, não é de surpreender que esse mercado desperte a cobiça internacional, posto que é um setor ainda muito carente de inovações e de racionalização de suas operações. Há ainda um número não computado pela ANS, de operadoras de autogestão no setor público e em entidades de classe que não se julgam subordinadas às suas regras.

Cerca de um terço dos beneficiários de planos de saúde estão nas regiões Centro Oeste, Norte e Nordeste do país e só agora as empresas que operam no Sudeste, basicamente no Rio e São Paulo, estão se voltando para esse mercado e se instalando em Brasília, como base de suas operações.

Será este um novo eldorado? O eldorado da saúde privada?

Josué Fermon é consultor em saúde suplementar e blogueiro.

http://jfermon.blogspot.com/

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A ESCOLHA DA MORTE

Nesta semana a revista Isto É publicou uma nota sobre um casal britânico, ele um respeitado maestro com 85 e ela coreógrafa e produtora de TV de sucesso, com 74 anos, que decidiram se suicidar de mãos dadas em uma clínica na Suíça, porque ele estava quase cego e ela sofria de câncer. Tudo isso ao abrigo da lei e com os filhos presentes.

Por que não? Aqui no Brasil esse assunto é considerado eticamente inaceitável e os especialistas dizem que os portadores de doenças graves estão psicologicamente vulneráveis, sem capacidade para discernir o que lhes é mais apropriado.

Eu digo que não. Muitas das pessoas que conheço declaram abertamente que preferem morrer de uma maneira serena e tranqüila a viver prostrado em um leito hospitalar ou em casa, dando despesas e trabalho a seus familiares. São pessoas que não estão debilitadas, gozam de boa saúde e tem plena capacidade mental.

Portanto, são pessoas capazes de decidir o seu destino, como outrora decidiram sobre o caminho de vida a seguir. Agora elas querem continuar decidindo e decidir sobre seu último caminho, ou melhor, sobre antecipar o seu destino final inevitável.

Sei que o tema ainda é tabu entre nós, mas é uma solução bem vista por muita gente em plena consciência para decidir o que é melhor para si e para os que ficam.

É mais um direito de escolha que deveria ser respeitado. Esta será a minha opção quando eu não puder mais sorrir e a expresso em sã consciência. Respeitem-na.

terça-feira, 21 de julho de 2009

GERENCIAMENTO DA SAÚDE COM REDUÇÃO DE CUSTOS

Um paciente bem informado e permanentemente assistido vai saber mais sobre o que é melhor para a sua saúde e vai fazer as escolhas certas. Quanto mais souber sobre o seu quadro clínico em geral, mais fácil será decidir o caminho a tomar, o que não quer dizer que seja necessariamente o mais oneroso.

Não estamos dizendo com isso, que é o paciente que deverá conduzir o seu próprio tratamento. Havendo mais informação haverá mais confiança no plano de saúde e por isso um maior envolvimento do usuário para que não haja excessos na prestação de serviços.

Com efeito, um programa de gerenciamento de saúde desenvolvido individualmente para os pacientes com maior demanda, vai influir definitivamente na redução dos custos de assistência médica e produzir mais satisfação nos usuários.

Os programas de gerenciamento de saúde executados em geral por uma equipe multidisciplinar, atuam efetivamente na troca de informação com o paciente e sua família, trazendo tranquilidade para todos e uma visível redução dos custos com a assistência médica em curtíssimo prazo.

O Plano de Saúde não deve passar a impressão de que objetiva simplesmente a redução de custos, porque isso pode gerar desconfiança; deve deixar claro, isso sim, que a preocupação é com a melhoria da qualidade de vida e a garantia de bem estar para o usuário, de forma absolutamente verdadeira.

É uma mudança de conceitos no relacionamento com o beneficiário que dá certo, acreditem.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e Blogueiro

http://jfermon.blogspot.com

 

segunda-feira, 20 de julho de 2009

SAÚDE FÍSICA E FINANCEIRA DAS AUTOGESTÕES

Por algum tempo me dediquei a prospectar e identificar autogestões com ações efetivas no cuidado da saúde de seus beneficiários e – pasmem – poucas são as que tem algum programa consistente e duradouro.

Os gestores em geral estão dispostos a isso, mas da idéia à ação pouco ou quase nada tem sido feito. As dificuldades administrativas, as complicações políticas internas ou mesmo a burocracia, neste caso, principalmente das autogestões do setor público, dificultam a inovação deste segmento no nosso Brasil brasileiro.

Dói, dói muito saber que essas operadoras precisam reduzir custos da sua carteira com ações voltadas para a prevenção de doenças e para o gerenciamento de casos quando a doença já estiver instalada.

Mais do que necessidade do ponto de vista da qualidade de vida dos beneficiários e do aumento da população de risco, é também uma questão imperiosa para o equilíbrio dos custos.

Não há encontro, reunião, seminário ou congresso do nosso segmento que não trate desse tema. Há publicações valiosas sobre promoção de saúde, prevenção e gerenciamento de condições crônicas. Hoje é a agenda nacional do setor!

E como fazer isso? – É simples. Faça uma análise da sua carteira com base nas contas médicas, identifique dentro dos diversos grupos diagnósticos os indicadores de maior gasto e parta para a ação já.

Não perca tempo. É vital para a saúde física e financeira do plano e também para a sobrevivência do sistema.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e blogueiro.

Jfermon.blogspot.com.br

sexta-feira, 17 de julho de 2009

SIGNIFICADO DA PALAVRA PACIENTE

Ser paciente num serviço de saúde significa receber atendimento. No dicionário de Aurélio Buarque, pessoa que está sob cuidados médicos é uma das definições atribuídas à palavra.

Citando publicações médicas consultadas internacionalmente, o professor Vicente Vaz, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, diz que paciente é aquele que se submete a um tratamento por doença ou agressão. Vaz ensina aos futuros doutores noções iniciais do exame clínico, contato entre médico e doente.

Por essas informações é possível concluir que, para ser paciente, é preciso receber assistência. Não basta estar doente. Porém, a palavra paciente tem várias denominações. A origem, como lembra o próprio Vicente Vaz, vem do latim: patiens, de patior, que significa sofrer, suportar, aturar. Entre as nove definições que constam no Aurélio, além de resignado, tranqüilo, há vítima, pessoa que padece, doente.

Padecer pode ser mesmo uma condição do paciente do serviço de saúde, mas isso não significa que ele tenha que ser paciente no sentido de conformar-se, esperar que as coisas mudem por conta própria.

Fonte: Jornal do Commercio.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O SUFOCO DAS AUTOGESTÕES

Com operações em geral estruturadas nas áreas administrativo-financeiras e de atendimento-cadastro e quase nada na atenção ao cuidado, onde deveriam prevalecer os programas de prevenção e de gerenciamento de doenças, as autogestões em saúde podem se tornar inviáveis com o crescente aumento de custos pelas razões que todos conhecemos:

  1. Envelhecimento da população
  2. Inovações tecnológicas
  3. Redução das taxas de fertilidade
  4. Ampliação de direitos
  5. Foco no atendimento da demanda e não nos cuidados

Um passo importante que ainda não tem sido levado em conta é a criação de uma Ouvidoria para acolher a demanda dos usuários, dos prestadores e dos demais envolvidos na operação, com o objetivo de mediar conflitos e atenuar as reclamações de todos os lados.

Assim, ao invés de administrarmos o benefício-saúde (ou pagar tratamentos) e tentar controlar seus custos, passaremos a fornecer informações de saúde, apoiando e aconselhando beneficiários, médicos e prestadores, com minimização da burocracia.

  • Simplificação administrativa
  • Aumento da confiança recíproca
  • Satisfação do usuário
  • Preocupação com a qualidade de vida

Por fim, a organização da carteira por grupos diagnósticos ou por condições de saúde semelhantes, permitirá uma dedicação integral e homogênea por parte dos gestores e dos profissionais de saúde.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar, Blogueiro, blogueiro e Ouvidor certificado pela Associação Brasileira de Ouvidores – Ombudsmann.

jfermon.blogspot.com

 

 

quarta-feira, 15 de julho de 2009

GASTOS COM REMÉDIOS SÃO BENÉFICOS PARA AS OPERADORAS

Comumente entre os primeiros lugares nas reclamações junto aos órgãos de defesa do consumidor, está na hora dos planos de saúde mudarem seu foco, esquecendo um pouco a fiscalização que lhes é tão onerosa para unir-se aos prestadores de assistência médica e, sobretudo, para investir na atenção ao cuidado com seus beneficiários.

É sobejamente sabido por todos nós do setor que as pessoas idosas gastam mais com a saúde, mas poucos de nós nos preocupamos em fornecer o medicamento para essas pessoas, como um dos fatores de atenção preventiva de fato.

Remédios não aumentam custos quando corretamente ministrados. Remédios reduzem doenças e consequentemente os custos. Ademais, nos casos de distribuição dos medicamentos pelas próprias operadoras, o preço do remédio tende a reduzir drasticamente por causa da economia de escala. Ou seja: compra grande, preço pequeno. Mesmo quando o valor é repassado integralmente para o usuário, todos saem ganhando com a economia de custos e o resultado satisfatório para a saúde.

Não custa repetir que tão importante quanto o acesso ao médico é o acesso ao medicamento e com usuários felizes teremos menos problemas e melhores resultados. É a lógica do sistema.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e Blogueiro.

jfermon.blogspot.com

terça-feira, 14 de julho de 2009

GESTÃO DO TEMPO (1)

Um consultor, especialista em gestão do tempo, quis surpreender a Assistência numa conferência. Tirou debaixo da mesa um frasco grande de boca larga.

Colocou-o em cima da mesa, junto a uma bandeja com Pedras do tamanho de um punho, e perguntou: -"Quantas pedras pensam que cabem neste frasco?"

Depois dos presentes fazerem suas conjecturas, começou a meter pedras até que encheu o frasco. E aí perguntou: -"Está cheio?"
Todos olharam para o frasco e assentiram que sim. Então ele tirou debaixo da mesa um saco com gravilha (pedrinhas pequenas, menores que a brita). Colocou parte da gravilha dentro do frasco e agitou-o.

As pedrinhas penetraram pelos espaços deixados pelas pedras grandes. O consultor sorriu com ironia e repetiu: -"Está cheio?"

Desta vez os ouvintes duvidaram: -"Talvez não.", responderam.
- "Muito bem!", disse ele, e pousou na mesa um saco com areia que começou a despejar no frasco. A areia infiltrava-se nos pequenos buracos, deixados pelas pedras e pela gravilha.
-"Está cheio?", perguntou de novo.
-"Não!", exclamaram os presentes. Então o consultor pegou uma jarra com água e começou a derramar para dentro do frasco. O frasco absorvia a água sem transbordar.

-"Bom, o que acabamos de demonstrar?", perguntou.
Um ouvinte, mais afoito, arriscou:
-"Que não importa o quão cheia está a nossa agenda; se quisermos, sempre conseguimos fazer com que caibam mais compromissos."
-"Não!", concluiu o especialista, "o que esta lição nos ensina é que se não colocarem as pedras grandes primeiro, nunca poderão colocá-las depois...
E quais são as grandes pedras nas nossas vidas? A pessoa amada, nossos filhos, os amigos, os nossos sonhos e desejos, a nossa saúde.
Lembrem-se: ponham-nos sempre primeiro. O resto encontrará o seu lugar!

O autor da história acima, obtida na Internet, é desconhecido, mas este é um tema que vamos abordar muitas vezes, porque raro é encontrar um Gestor de Saúde com tempo para conversar e apreender.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

CNS DISCRIMINA A POPULAÇÃO BRASILEIRA

Saúde da mulher, saúde do idoso, saúde do homem... Não dá para acreditar.

Na última quarta-feira (8) o Conselho Nacional de Saúde aprovou a Política Nacional de Saúde do Homem. Pode?

Chega de as autoridades governamentais inventarem moda. Isso é discriminar a nossa sofrida população! A saúde é um direito de todos.

O que precisamos, homens ou mulheres, crianças ou idosos, é de uma rede de atenção primária, com ações preventivas de educação e de promoção da saúde. Para isso basta equipar os postos de saúde espalhados por quase todos os municípios, hierarquizando o atendimento de referência para a rede hospitalar e colocar a turma para trabalhar.

Ninguém deveria bater em porta de hospital sem antes passar pelos postos de saúde, salvo os casos de urgência ou de emergência cirúrgica.

Os postos de saúde funcionariam como o que na saúde suplementar chamaríamos de clínicas de regulação (ou de contenção – para sermos mais explícitos), encaminhando apenas os casos em que se requeiram atendimento especializado.

Essa medida não só organizaria o sistema de saúde pública, como mudaria a cultura nacional de que diante de um problema qualquer, deve-se correr para o hospital.

Mudando a cultura da população, essa política elementar ajudaria também na saúde suplementar, com a criação (e melhor aceitação pelos beneficiários) das clínicas de referência ou até do atendimento em casa, que é mais barato e eficaz.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

CÂNCER INFANTIL - MALDADE DA NATUREZA

Bendito sejam os engarrafamentos, as dificuldades do dia-a-dia, a briga diária com nossos rebentos para escovar os dentes, tomar banho, voltar cedo para casa e dirigir com cuidado.

Pior é a situação de inúmeras famílias que tem seus filhos pequenos prostrados em leitos de hospitais, algumas vezes sem esperança diante de uma situação irreversível.

Ao longo de toda a minha experiência nos setor de saúde, principalmente quando trabalhei na Campanha Nacional de Combate ao Câncer do Ministério da Saúde, vi cenas de cortar o coração: pais e mães num estado íntimo de desespero e profunda tristeza que nunca me sairão da mente, se contrapondo à alegria das crianças nos hospitais, que ignorando a própria sorte se divertem com os brinquedos, as companhias e os recursos oferecidos em alguns desses lugares como um complemento terapêutico.

O Instituto Nacional do Câncer estima que em torno de 85% das crianças acometidas de câncer tem chances de cura e a maioria dessas crianças terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.

Mas enquanto a cura não vem, ficam o desespero e o sofrimento do câncer infantil que, a meu ver, é uma maldade da natureza. Ah, se pudéssemos trocar de lugar com nossos filhos nessas horas!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e blogueiro.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

ANS E MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL FORTALECEM O SISTEMA DE SAÚDE SUPLEMENTAR

A Agência Nacional Saúde Suplementar (ANS) assinou um acordo de Cooperação Técnica com o Ministério Público Federal, para o intercâmbio de informações e para apurar e reprimir práticas lesivas ao setor, segundo nota da própria agência reguladora.

Embora assinado pelo Procurador Geral Antonio Fernando de Souza ao apagar das luzes de seu mandato, a medida é de uma importância sem precedentes, uma vez que fortalece e – por que não dizer – moraliza cada vez mais o sistema de saúde suplementar brasileiro.

Muito alinhado com seu antecessor no cargo, o novo Procurador da República, Dr. Roberto Gurgel, cujo nome foi aprovado ontem pelo Senado, informou que não conseguirá cumprir suas funções sem o diálogo permanente com outras instituições da sociedade e garantiu sua aproximação “com todos os órgãos de controle”.

Os Procuradores da República Aurélio Veiga Rios, da Câmara de Coordenação, e Fabiano de Moraes, do Grupo de Trabalho sobre Planos de Saúde, que no mês  passado participaram da solenidade de assinatura do acordo, deverão assegurar a continuidade desse intercâmbio.

Aliás, segundo o novo Procurador Geral em seu pronunciamento no Senado, as Câmaras de Coordenação precisam ter seu papel intensificado e é necessário retirar o caráter personalista da atuação do MP. “Quem atua é a instituição” disse o Dr.Gurgel.

Com a cooperação estabelecida, ganha a ANS, ganham os Prestadores de Serviço em Saúde e as Operadoras de planos privados de assistência à saúde. Parabéns!

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e Blogueiro.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

HOMOSSEXUAIS NOS PLANOS DE SAÚDE

Nesta semana o Supremo Tribunal Federal decidiu, através de uma resolução do Conselho Deliberativo do STF-MED, sua autogestão em saúde, que pelo menos em sua própria casa, as relações homoafetivas são reconhecidas como legais.

Há vários precedentes em decisões da Justiça Federal e do Superior Tribunal de Justiça sobre este tema, sempre a favor dos parceiros, e o assunto não tem mais que ser discutido.

A decisão do STF, porém, embora restrita ao âmbito de sua autogestão em saúde, é de certa forma consagradora do princípio da igualdade dos direitos nesses casos.

A partir de agora nenhum plano de saúde poderá impor restrições a dependentes companheiros homossesuais, sabendo como pensam os ministros da nossa Suprema Corte. Será perda de tempo e desgaste na própria imagem da operadora.

Os critérios de elegibilidade são os mesmos: comprovação de relação estável através de declaração pessoal dos parceiros, declaração de IR conjunta, residência comum há mais de três anos, etc.

Em acórdão do STJ em 2006, o então ministro Humberto Gomes de Barros, foi taxativo: “O homossexual não é cidadão de segunda categoria. A opção ou condição sexual não diminui direitos e, muito menos, a dignidade da pessoa humana”.

terça-feira, 7 de julho de 2009

A LÓGICA DA CASSI

Há dois anos estudando o assunto, a Cassi emitiu discretamente em abril uma solicitação de cotação para contratar consultoria externa para serviços de gerenciamento de doenças e gerenciamento de casos.

Além da transferência de “know how” para capacitar seus próprios profissionais, deverá ser feito o mapeamento da carteira para identificar a população-alvo e serão emitidos relatórios sobre o desenvolvimento do trabalho com classificação por grupos diagnósticos e as doenças crônicas em seus diversos graus de complexidade.

Antes, em processo idêntico, já convocara outras empresas para apresentar propostas para o Programa de Benefício Medicamentos (PBM), a fim de facilitar o acesso de remédios a seus beneficiários. Ora, raro é o caso de consulta médica que o paciente não sai com uma receita na mão!

Tudo indica que a empresa escolhida para ambos os casos está entre as mais aptas à prestação de tais serviços, fruto da incorporação de diversas outras que atuam na gestão de benefícios em seus diversos segmentos, inclusive de distribuição farmacêutica.

Assim, vemos que a Cassi, uma das duas únicas operadoras de autogestão no país com mais de meio milhão de vidas assistidas (a outra é a GEAP), está no caminho certo para acertar o passo.

O conflito com os três hospitais de Brasília não deve preocupar ninguém, pois são três hospitais de um dono só. Aí é outra história.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

SEM PREVENÇÃO NÃO HÁ SOLUÇÃO

Mais uma vez a evidência escancara a nossa porta e os planos de saúde dão abrigo a uma inércia incompreensível, que ameaça sua própria sobrevivência.

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) identificou de cara, em 35 mil atendimentos realizados em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde, que uma em cada três pessoas tem elevado risco cardiovascular, que pode levar ao infarto ou derrame (AVC).

Esses atendimentos foram realizados com pacientes do SUS no Mutirão do Coração, mas é óbvio que igual cenário poderá estar entre os beneficiários das operadoras e autogestões, ameaçando a qualidade de vida da população assistida e com perspectivas sombrias para as finanças dos respectivos planos.

Enquanto é apenas um número, o beneficiário de risco vai gastando aquele pouquinho com algumas consultas e exames e, desconhecido dos gestores, não percebemos que ali está um belo exemplo a ser posto em prática de como cuidar da saúde sem esperar para gastar com a doença.

É tão fácil e barato fazer uma avaliação clínico-epidemiológica das carteiras de saúde! Ainda custo a crer que a maioria não toma essa providência simples, de mandar fazer uma fotografia (ou radiografia) da sua carteira, para ver como está sua população “por dentro” e assim orientar suas ações estratégicas.

E aí vão fechando os planos de saúde, de cerca de 2 mil operadoras há 10 anos, para 1.259 hoje, com muitas em grandes dificuldades, embora o número de beneficiários tenha crescido muito nos últimos anos.

domingo, 5 de julho de 2009

OUVIDORIA E MEDIAÇÃO NOS PLANOS DE SAÚDE

O permanente conflito entre operadoras, prestadores e usuários, mais uma vez escorre pelas páginas dos jornais, desta vez em Brasília, com os pediatras suspendendo o atendimento de convênios e a CASSI às voltas com o mesmo problema junto à rede credenciada.

Embora tenha havido ajustes de preço nas tabelas nos últimos anos, o relacionamento entre médicos e operadoras é sempre tenso e desconfiado, porque nenhum dos lados está satisfeito, muito menos o principal personagem do sistema, que é o usuário.

Os mecanismos de fiscalização da assistência médica são muito caros e, por seu lado, os profissionais “enfiam a faca” para compensar sua baixa remuneração.

Médico não é adversário e os planos de saúde não são inimigos. Está na hora de harmonizar interesses, reduzir exigências e abrandar o espírito beligerante que reina no setor.

Está na hora dos planos de saúde criarem câmaras de ouvidoria e mediação, para conciliar os interesses e acertar o passo. Os usuários agradecem.

Josué Fermon é Consultor em Saúde Suplementar e Ouvidor certificado pela Associação Brasileira de Ouvidores – Ombudsmann.

sábado, 4 de julho de 2009

Blogueiro Profissional, hem? Quem diria!

Hoje, 4 de julho de 2009, eu inicio minha vida como blogueiro profissional, para tratar de assuntos ligados à área de saúde suplementar.

Serão dicas, comentários, críticas e sugestões sobre esse segmento da saúde no Brasil, que atende mais de 52 milhões de brasileiros, movimenta cerca de 40 bilhões de reais por ano e realiza 800 milhões de atendimentos através de suas 1.525 operadoras (ANS-03/2009); há algumas outras tantas sem registro, que não dão bolas para a agência reguladora.

A data de hoje lembra a independência dos Estados Unidos, com a criação da república americana. A propósito: vamos, sim, ter a oportunidade de comentar sobre o falido sistema de saúde americano e discutir o que está se fazendo a respeito.

Por fim, sem a habilidade do sobrinho que me é mais próximo em todos os momentos, tanto no sentido geográfico como no sentido afetivo, que ofereceu seu apoio técnico, desenvolveu e administra este Blog com uma capacidade e uma visão tecnológica que eu não teria, este projeto não passaria dos anseios deste experiente e entusiasmado militante da área de saúde suplementar.

Portanto, muito obrigado ao Iran Jr., o número 1 da equipe.